Submersa em medo
Em desejos que não são meus,
Em sonhos que não sonho,
Em paixão que não mais a sinto.
Uma identidade falsa,
Uma obra prima dependurada em uma ponte.
Fecho os olhos; esses meus velhos e tristes olhos
Para não ver o que poderia ser ou o que é.
Estou só nessa minha multidão,
Dedos apontando a direção, mais não é a minha direção!
O sentido ficou inexistente,
A paixão mórbida,
A ira não me punciona mais.
A indiferença é o lema; triste e amargo.
Ainda há o sorrir em meio à multidão,
Mas a verdade está na solidão.
Despetalo-me como se fora um bem me quer,
Encerro a noite sorvendo uma bebida,
Dando boa noite a essa nicotina.
Até que acha coragem para nobilitar-me!